sábado, 17 de setembro de 2011

Competência leitora e escritora


A competência leitora e escritora é considerada a mais importante, pois possibilita a comunicação com o mundo e consigo mesmo. Tanto na infância, suprindo necessidades básicas, quanto na adolescência influenciando fortemente a maneira como o sujeito se posiciona frente à sociedade como instrumento para compreender e agir sobre o mundo – concretização da cidadania plena através do pensamento antecipatório, combinatório e probabilístico. Fundamentais também para o ingresso e a permanência estável no mercado de trabalho.
O domínio dessa competência também permite a autonomia do acesso à informação e a possibilidade de continuar aprendendo, mas de forma consciente e crítica. Pois nos encontramos num momento em que os dados estão muito mais acessíveis, contudo não passam de informações. O fator que determina transformá-los em conhecimento é a forma como o professor incentiva a seleção destas.
Enfim, a competência escritora e leitora é a chave para o enriquecimento cultural das manifestações individuais e sociais através da ampliação de horizontes e da descoberta do prazer pela leitura.
O professor pode articular diversas estratégias para desenvolver esta competência, como por exemplo, a interdisciplinaridade e a contextualização, assim como o trabalho de projetos e a resolução de problemas.
Para desenvolvê-la a partir de contextos de linguagem significativos aos alunos, primeiramente, é preciso articulá-la entre as diversas áreas do currículo escolar, pois este ofício não cabe apenas ao professor de Língua Portuguesa.
Para que o aluno compreenda a importância desta competência, ele precisa entender que a matemática também tem sua linguagem, assim como a história, a geografia, a biologia, a educação física e todas as demais disciplinas. Não só a língua, mas todas as linguagens têm seus símbolos, códigos específicos que também exigem uma leitura específica para decifrar e traduzir signos. Contudo, todas estas linguagens devem se articular entre si, assumindo o papel do que é transmitido para o que será realmente absorvido. Pois o aluno tanto pode aprender conteúdos específicos como pode refletir sobre valores e fundamentos das coisas.
Também é preciso que os textos tenham relação com a realidade do aluno para que haja interesse. Contudo, cabe ressaltar que é necessário ampliar os conhecimentos dos alunos abordando culturas diversificadas. Pois a escola é o espaço de transmissão cultural e das linguagens artística, literária, histórica, social, científica, tecnológica etc. Assim como espaço de reflexão sobre as linguagens dos meios de comunicação, do mercado, das ciências, das artes, por exemplo – que se articulam e estão muito além da linguagem verbal.
Dar aos temas significados diversos também é importante para que cada aluno leia e procure encontrar a sua interpretação individual e relacioná-la com a mensagem que é transmitida. É preciso ampliar os horizontes, ver além do texto. Assim como incentivar o pensamento crítico, a produção de conhecimentos através da expressão de pontos de vista, debates, discussões, comunicação e valorização de ideias. Entretanto, o professor deve dar oportunidades para que o aluno se manifeste senão voltaremos à mera reprodução de informações.

Por _Berdusco

Educar para a vida


Com a prática docente voltada ao ensino, tradicionalmente, era comum seguir as sequências dos livros didáticos, aplicar avaliações pontuais, "seguir com o matéria" e principalmente pensar com o currículo a partir dos conteúdos e só depois construir situações de aprendizagem.
Com a escola centrada na aprendizagem e a concepção de professor como sujeito pesquisador e não mais transmissor de conhecimentos, surge a necessidade de desenvolver competências e habilidades em contrapartida a mera reprodução de saberes específicos.
O currículo engloba todas as atividades que acontecem na escola, portanto deve ser construído a partir das reais necessidades e solicitações da vida cotidiana.
As competências fazem com que os conteúdos tem sentido para o aluno. Para que perguntas como "para que devo aprender isso? Que diferença isso faz na minha vida?" tenham respostas reais e não mais uma obrigação acadêmica sem fundamento.
E a aprendizagem como foco da educação permite que a mesma tenha qualidade e não quantidade.
Portanto, o professor tornou-se responsável por mediar as situações de aprendizagem de modo que através da investigação, motivação, articulação de conhecimentos e contextualização dos conteúdos consiga incentivar os alunos a aprender de forma significativa.


A escola é uma instituição democrática, portanto saber quais são as preferências de aprendizagem dos alunos é muito importante.
Cada cada aluno tem seu ritmo de aprendizagem específico, portanto acrescento que a este ritmo também estão intrinsecamente vinculadas às habilidades individuais e a forma como cada um compreende os conteúdos.
A a interdisciplinaridade é um ótimo recurso para que se crie uma forte conexão entre os conteúdos abordados pelas mais diversas áreas. Fazendo com que haja uma interdependência entre os mesmos quando utilizados para resolver situações amplas. Então podemos utilizar da resolução de problemas que possibilita articular os diversos conhecimentos para que o aluno encontre as respostas ao mesmo tempo em que comprova a utilidade de cada conteúdo.
A contextualização é muito importante, principalmente na adolescência. Pois tira o sujeito-aluno da condição de passividade e ao presenciar e experimentar a funcionalidade dos conteúdos, eles se tornam relevantes na vida cotidiana do aluno.
Uma alternativa que pode englobar todas as anteriores é o trabalho com projetos. Aliando os conteúdos, as competências e as habilidades do aluno, a interdisciplinaridade, a resolução de problemas, as contribuições individuais e contextualização dos fatos, permite que esta experiência vivenciada tanto pelos alunos como pelos professores seja fonte de uma troca constante de conhecimentos e uma aprendizagem  realmente significativa.


Quando confrontada com a importância dos conteúdos fora da escola ou depois dela, faço um paralelo destes com as necessidades do mercado de trabalho. Vou partir da concepção de Lino de Macedo, que afirma que a competência é "um saber combinatório, singularmente contextualizado e que nos possibilita tomar decisões, mobilizar recursos e ativar esquemas necessários à prática profissional".
Sabemos que atualmente a posse de um diploma de nível superior já não tem a mesma exclusividade e também não significa estabilidade profissional. Claro que ainda traz consigo a responsabilidade sobre as ações e expectativas comuns a cada área específica.
Contudo, o que as empresas procuram quase como um chavão, são profissionais "competentes".
Se formos analisar segundo Perrenoud, esta competência está relacionada a agir com naturalidade e criatividade frente aos problemas cotidianos. Mobilizando todos os conhecimentos adquiridos seja na escola ou fora dela para pensar de maneira peculiar e agir de forma efetiva.


Por _Berdusco

Família dentro da escola


Devido às mudanças sociais, econômicas e culturais vivenciadas pela sociedade desde o século passado, foram construídas novas organizações familiares em contrapartida à família nuclear, composta por pai, mãe e filhos.
Com a ascensão sócio-econômica e a liberdade sexual da mulher, houve uma crescente incidência de divórcios e a presença majoritária de famílias compostas por mães solteiras ou até mesmo reestruturadas. Assim como as de pais solteiros.
Também com as contribuições da legislação, aumenta o número de adoções. E atualmente, com a democratização das expressões culturais e sociais, a adoção de crianças por homossexuais.
O que temos são as famílias tentaculares. O que, por muitas vezes, justifica o discurso dos jovens que se revoltam, os pais que já não sabem como agir e os professores que não conseguem intervir de forma efetiva.
A culpa por todos os problemas da sociedade é depositada sobre estas famílias, que são, na maioria dos casos, denominadas desestruturadas.
Portanto, precisamos partir de um ponto crucial. Não existem famílias desestruturadas e sim pessoas que não sabem como educar os filhos. Isto independe da composição desta família. Contudo, não é sensato culpar a escola por não conseguir ensinar. Ou delegando à família a função de educar, e vice-versa.
Na relação família-escola, o professor deve atuar de forma que crie uma parceria com os pais.
Tratar a família como se o professor estivesse fazendo um favor pelo aluno não é a solução. Assim como considerar as reuniões e os eventos festivos artificialmente não fazem com que se crie um vínculo de confiança.
É preciso haver uma troca de saberes entre os professores e a família. Já que cada qual pode contribuir para que se diagnostiquem os problemas e busque as melhores soluções.
Saber ouvir o que os pais têm a dizer é a melhor forma de demonstrar que verdadeiramente o que eles dizem tem importância. E que com cuidado e sempre mantendo esta relação todos alcançarão seus objetivos conjuntamente. Dessa forma os pais também aprendem a ouvir o que a escola tem a dizer.
Vale lembrar que as reuniões são momentos ótimos para aproximar a família da escola. Portanto, deve-se preparar o ambiente para que seja o mais agradável possível para que não se torne um emaranhado de cobranças e nem negligente demais.
Enfim, é preciso que o professor não perca as oportunidades que encontra de aproximar-se da família. Pois estes são os momentos adequados de orientar, aconselhar e despertar nos pais o sentimento de autoridade, carinho e respeito pelos seus filhos. Para que, apesar da relação democrática entre pais e filhos, cada qual seja consciente do seu papel. Visto que, esta atitude inclui a criação de projetos e ações que possibilitem a inserção da família nas atividades escolares.



Antes de propor qualquer tipo de projeto, data comemorativa, palestras temáticas, entre outros é preciso que a escola estabeleça um vínculo com a família, senão é muito provável que os pais queiram apenas comparecer aos encontros obrigatórios.
Para conhecer o contexto familiar de cada aluno, não basta fazer cursos, ler livros, estudar artigos. Claro que todas estas iniciativas são válidas, mas na prática "cada caso é um caso".
Trago as experiências positivas que tive em organizações não-governamentais e que poderiam ser transferidas para a escola.
Dar espaço aos responsáveis para expressar suas dificuldades, medos, anseios é o primeiro passo para criar a confiança necessária para que os pais sintam vontade de participar ativamente das atividades da escola. Isto não significa que a escola deve resolver os problemas da família para que o aluno consiga aprender. Este não é o caminho. A escola precisa, na verdade, saber ouvir os pais.
Criando este laço de confiança, podem-se preparar as estratégias.
Oferecer aos pais um calendário de atividades pré-programadas facilita com que os mesmos reservem um tempo para participar com mais tranquilidade.
Lembrando que em todos os encontros, deve-se criar um ambiente agradável, produtivo em que tanto a escola quanto a família possam dar sua contribuição. Pois não podemos esquecer que são os pais que conhecem e convivem diariamente com os alunos. E são os professores que, conscientes do contexto familiar podem intervir de forma mais efetiva.
Este processo de recíproca confiança começa na primeira reunião do ano, que deve ser agradável e esclarecedora. Deixando claro que ambos farão um contrato de parceria durante um ano inteiro de trabalho.
As reuniões individuais e as extraordinárias, não menos importantes, devem permitir com que todos demonstrem suas opiniões e as melhores alternativas de intervenção. Devemos acabar com a concepção única de obrigatoriedade do ensino e a rotulação de problemas de aprendizagem ou de comportamento como enfadonhos para a escola. Estes são processos completamente naturais, e é preciso que todos se recordem de que os humanos falham e o que determina o sucesso de cada um é a forma como lidamos com essas falhas. Acusar a família, envergonhado-a não é a melhor saída. E nem colocar a culpa na falta de competência da escola. O importante é cooperar sem inverter os papéis.
As festas e as campanhas são ótimas oportunidades para que os membros da comunidade se conheçam e se reconheçam. Possibilitando que tenham vontade de retornar à escola, compartilhar experiências com seus semelhantes e atuar de forma integrada.
Os cursos e palestras possibilitam que a escola possa orientar a família de forma mais direta e partindo do interesse da comunidade. É necessário adequar os temas de acordo com o contexto atual, assim como a data na qual serão marcados os eventos.
Quando toco nas lembranças dos tempos de escola, recordo dos "Encontros da Associação de Pais e Mestres" e dos "Mutirões de Limpeza". Sei que nem sempre a APM conseguia resolver os problemas da escola e os cansativos dias de limpeza e pintura das dependências da instituição não duravam muitos anos. Mas o momento em que a escola se unia com a família era único, era especial. Todos se sentiam responsáveis pela escola e importantes por poder fazer algo por ela.


Por outro lado, acredito também que a mudança veio de fora para dentro. A sociedade sofreu transformações e a família, para acompanhar esse ritmo, teve de pagar seu preço. E como citado acima, as influências da mídia são constantes.
As novas organizações familiares encontram grande dificuldade em lidar com estas tendências. O que, muitas vezes, gera o sentimento de frustração e excessivas comparações com as famílias de gerações anteriores.
O consumismo exacerbado da sociedade, a sexualidade omitida ou escancarada, a imposição de expectativas desesperadas de sucesso nos filhos, a inversão dos papéis, entre outros são fatores que se apresentam.
O papel da escola é se aproximar da família.
Os frutos colhidos desta parceria serão a ferramenta para que os futuros adultos das próximas gerações possam intervir na sociedade para que se possa resolver esta crise ética contemporânea.


Por _Berdusco

sábado, 3 de setembro de 2011

Novas constituições familiares

Em gerações passadas era comum ter o pai que trabalha e a mãe que cuida dos afazeres da casa. Avó que educa enquanto mima e o avô que conta histórias e leva para passear. Este era o modelo de família estruturada.
 Com o desenvolvimento social e econômico, atualmente a mulher ganha espaço no mercado de trabalho e assume todas as funções – trabalha, cuida dos filhos e administra a casa. Um matrimônio já não significa o "até que a morte os separe". E nem mesmo a terceira idade é sinônimo de aposentadoria.
 Portanto, a verdade é que a família atual não é desestruturada, apenas tem uma estrutura diferente.
 Devemos pensar que antigamente também existiam famílias com problemas, mas isso era menos aparente. O que acontece hoje é que a família não é mais o centro relacional da vida. Pois a sociedade cobra mais e mais.
 Essa realidade sobrecarrega a escola e o professor diretamente. Aos quais são atribuídos os papéis que antigamente eram solicitados da família.
 Independente da estrutura familiar. Seja ela constituída por mãe solteira, pai viúvo, tios, pais adotivos, homossexuais, entre outros, é preciso que haja equilíbrio entre ambos os lados. E quando não há – o que acontece na maioria dos casos –, é preciso sensibilizar os alunos a enfrentar as dificuldades, aprender e mudar seus próprios destinos. E não apenas julgar tais características como inadequadas para a educação integral do aluno.

Por _Berdusco

Conflitos na internet

 A melhor e a primeira atitude é o diálogo.
 Conversar individualmente com os envolvidos para compreender as razões e motivos que os levaram a tomar tais atitudes. E no momento certo, criando uma relação de respeito e confiança entre aluno e professor, expor a situação de forma que todos reflitam sobre o ocorrido conscientizando-se de seus atos.
 Lembrando que é preciso sempre buscar a raiz destes conflitos para que não aconteçam novamente. Portanto, cabe abordar o tema com toda a turma – já que todos convivem no mesmo ambiente.
 Esta é uma oportunidade para conscientizá-los sobre os perigos da internet e sobre questões como o direito de exibição de imagem. Assim como cyberbullyng, já que quando lançado nas redes sociais, o bullyng presente dentro do ambiente escolar pode tomar grandes proporções. E as graves consequências que atos impensados como esse podem gerar futuramente. Também é importante falar sobre as questões de respeito às diferenças entre os gêneros.
 Cada professor tem sua maneira de agir. Sabemos que o diálogo é sempre a melhor solução. Contudo, cabe à ele perceber as particularidades de cada aluno e saber intervir de forma coerente. E para isso não existe mágica e sim a preocupação em tornar a escola muito mais que um local em que o aluno aprende conteúdos e sim um ambiente favorável ao desenvolvimento saudável e integral de cada adolescente, visto que logo se tornará um adulto que levará consigo todas as vivências proporcionadas por esta.

Acredito também que os conflitos são essencialmente necessários para que os alunos de tornem efetivamente sujeitos críticos e autônomos. Afinal, seria até enfadonho ensinar alunos alienados, ou "robôs", não é mesmo?
 Transformar o conflito em oportunidade para amadurecer ideias é o que faz a escola um local democrático.
 Proporcionar debates e discussões produtivas é uma ótima opção para que cada qual escolha seus ideais, que podem não ser os mesmos do professor ou do colega ao lado – temos que estar preparados para isso.
 O importante é que todos aprendam a lidar com as diferenças evitando atitudes de intolerância e violência – de qualquer espécie.
 Não precisam concordar com a visão alheia, mas necessitam respeitá-la. Isto também é exercer a cidadania.


Por _Berdusco

Adolescência




Como demonstra a raiz da palavra problemática, primeiramente, observamos a visão que caracteriza o adolescente como problema. Dotado de comportamentos inadequados, rebelde, indomável, esta rotulação é transferida da sociedade contemporânea para dentro da escola.
Como alternativa viável, muitas instituições escolares promovem ações que visam afastar estes jovens de situações de risco e vulnerabilidade social. Contudo, não atribuem nenhum sentido além deste para tal iniciativa – o que inferioriza a participação e frequência dos adolescentes nestes espaços.
A autonomia e até mesmo, a colaboração dos jovens nos processos de ensino e aprendizagem são, por muitas vezes, desconsideradas. Assim como iniciativas que gerem o senso crítico e político neste público.
Há também a falta de compreensão sobre a relevância das regras escolares e da própria sociedade, gerando atitudes de violência e indisciplina.
Não menos importante, percebe-se uma homogeneização da concepção sobre a própria adolescência, considerando-se apenas as transformações físicas e as incompreendidas mudanças psicológicas. E o descaso em relação ao contexto familiar, escolar, sócio-econômico e cultural de cada um dos alunos – diferentes entre si.
O relacionamento professor-aluno resume-se em mera verticalização. Tornando a abordagem dos conteúdos dotada de discrepâncias entre os resultados esperados pela sociedade – um bom emprego, sucesso no vestibular, entre outros – e as aprendizagem para a vida.
Em cada uma destas situações o professor pode interferir de diversas maneiras, pois o importante é que haja intervenção.
Para melhorar o espaço escolar, deve-se enxergar o jovem como solução. Sujeito ativo e capaz de intervir em seu contexto contribuindo de forma positiva na sociedade e própria escola. O que ele precisa é de uma chance.
O acesso ao esporte, cultura ou lazer deve ser uma opção para o aluno e não uma desculpa para mantê-lo longe das ruas. Portanto, é importante que ele goste e participe ativamente da construção e execução destas atividades.
Atualmente é um desafio preparar o jovem para ser autônomo num mundo capitalista sem torná-lo demasiadamente consumista. E ao mesmo tempo conscientizá-lo a ser solidário, pois também vivemos em um ambiente de democracia e liberdade de ações. Sendo assim, uma alternativa é incentivar o jovem a refletir sobre a sociedade em que vive e movimentar-se em ações sociais dentro da escola – por exemplo, criando organizações escolares como os grêmios estudantis. Desta forma, o jovem vê claramente a sua participação na gestão escolar, assim como o resultado da sua autonomia e o legado que isto deixa para a escola.
O diálogo, a reflexão em grupo e a intervenção do professor são fundamentais, mas a ação e as atitudes do professor são os exemplos que os jovens precisam para compreender e legitimar as regras sociais. Entrar em um consenso de que cada um deve cumprir o seu papel, sem parcialidades, facilita com que os alunos se apropriem do espaço escolar como ambiente de convivência democrática.
Deve-se sempre levar em consideração o momento de constantes transformações, medos, inseguranças e dúvidas que o jovem atravessa, assim como sua individualidade. Pois a partir do conhecimento sobre a realidade dos alunos, pode-se intervir incentivando-os a superar estas dificuldades e aproveitar esta fase da melhor maneira possível.
Estabelecer um relacionamento horizontal com os alunos demonstra a valorização aos mesmos e valores de igualdade. Lembrando sempre que cada um desempenha o seu papel para que possa exigir seus direitos.
Quanto à dificuldade em administrar os conteúdos de forma a atender as demandas sociais, é preciso equilibrar estas necessidades de igual forma.
Portanto, o professor deve saber articular os conhecimentos, gerenciar o tempo e utilizar diversas estratégias que tornem ambas as partes interessantes para os alunos.

Por _Berdusco

Tempo escolar


Sabemos que o tempo escolar é em sua essência, administrativo. Permeado por prazos, metas, cobranças e resultados, se articula diariamente para que dure o período necessário para que haja aprendizagem.
Pode-se afirmar que é potencialmente formador à medida que exige do aluno nada mais do que o ritmo cadenciado da sociedade e das exigências do mundo do trabalho – através de normas aplicáveis à todos e independentes de variações individuais. Portanto não cumprir tarefas, ser descuidado, atrasar-se ou até mesmo faltar, são fatores que influenciam substancialmente na inserção do aluno no contexto escolar e mais tarde trará sérias consequências em suas atividades sociais.
Por outro lado, o tempo escolar é fundamentalmente constituído de vivências. Onde, dentro de todas as atividades, o aluno encontra o valor e a importância destas – o que as torna significativas e prazerosas. E consequentemente os prazos, dentro da dinâmica escolar, são mais produtivos parecendo durar mais.
Para que o professor consiga cobrar todas as exigências e os alunos consigam alcançar os objetivos de aprendizagem, é preciso primeiramente buscar juntamente com a equipe escolar o sentido de todas as atividades escolares. Isto é, o planejamento das ações e a rotina escolar não se restringem meramente ao âmbito burocrático e sim à análise da consistência do ensino e da aprendizagem.
Já em sala de aula, isto é, na concretização dos processos de ensino e aprendizagem, o professor deve estar atento às singularidades, considerando as experiências de cada aluno, assim como a diversidade cultural e individual. Propondo ações pedagógicas que proporcionam a flexibilização do tempo escolar sem comprometer a aprendizagem das competências e habilidades necessárias ao desenvolvimento geral da turma. Sendo assim, o professor atua de acordo com as dificuldades e necessidades apresentadas. Respeitando o tempo do aluno em uma ação simultânea com a rotina diária.
Para isso pode articular diversas ferramentas pedagógicas como recursos tecnológicos e de comunicação, as mídias, a música, as artes, o lazer, entre outros. Assim como a cada dia trazer coisas novas e até mesmo ambientes novos de aprendizagem. Despertando, nos mais diversos perfis de alunos, o interesse, a curiosidade e vontade de aprender. Pois cada um tem seu jeito de compreender e interpretar os conteúdos e conhecimentos adquiridos – lembrando que o aprendizado frequentemente não funciona como um relógio.
Também é importante que com suas diferenças os alunos possam aprender juntos, cada qual com sua contribuição. Porque muitas vezes, o aluno não precisa de mais tempo – ou simplesmente "retomar a matéria"  – ele necessita que o professor transmita o conhecimento de uma forma diferente, tão peculiar quanto a maneira como ele compreende o mundo. 

Por _Berdusco

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