terça-feira, 23 de outubro de 2012

Níveis de Leitura


Segundo Bordini e Aguiar (1993), os níveis de leitura são divididos em cinco etapas distintas: Pré-leitura, Leitura compreensiva, Leitura Interpretativa, Iniciação à leitura crítica e Leitura crítica.
O nível da Pré-leitura se inicia na pré-escola, quando a criança utiliza as imagens e gravuras associando-as ao texto, que geralmente é curto, ritmado e com poucas palavras.
O segundo nível, denominado Leitura compreensiva se inicia quando a criança entra no processo de alfabetização, geralmente no 2º e 3º ano do ensino fundamental. Nessa fase, existe a decifração do código escrito através da leitura de sílabas e formação de palavras.
O próximo nível correspondente à Leitura interpretativa tem início nas séries seguintes, entre o 4º e 6º ano, onde a criança começa a interpretar as idéias e compreender o texto de maneira mais complexa através dos conceitos de tempo, espaço e causa.
No quarto nível, chamado de Iniciação à leitura crítica, como o próprio nome define, por volta do 7º e 8º ano, o leitor começa a interpretar criticamente as idéias do texto, posicionando-se diante das situações dadas e questionando a própria realidade. É comum a preferência por livros de aventuras juvenis, como por exemplo, a sequência de livros do bruxo Harry Potter da autora britânica J.K. Rowling.
No quinto e último nível, denominado Leitura crítica, o leitor está na sua última etapa de amadurecimento da leitura, onde critica, reflete e se posiciona efetiva e definitivamente diante do texto. Essa fase se inicia no 9º ano e predomina durante todo o Ensino Médio. Existe o interesse por livros que abordam questões sociais, dilemas psicológicos que influenciam o desenvolvimento de juízos de valor, tomadas de decisão e percepção de conteúdos estéticos e preferências literárias. Temos como exemplo, a saga Crepúsculo, obra da americana Stephenie Meyer, que devido ao sucesso entre os jovens ganhou a premiada versão cinematográfica e fãs por todo o mundo.

Por _Berdusco

Expressão Oral e Prática Pedagógica


Uma ótima situação de aprendizagem que vai de encontro com o desenvolvimento da capacidade de expressão oral do aluno é o júri simulado.
Nesta atividade todos os alunos são convidados a estudar determinado tema, que pode ser desde uma notícia polêmica da mídia, a leitura de um livro e reflexão sobre o desfecho do mesmo, ou assuntos diversos do cotidiano.
Após o período de coleta de dados, os alunos são divididos em grupos: os que defendem uma ideia, os que defendem uma opinião oposta e os mediadores entre os dois grupos.
Neste tipo de atividade além de incentivo à exposição oral, liberdade de expressão, criatividade e interação entre os mais variados temas, os alunos podem estudar a dinâmica de um júri real e aspectos como linguagem utilizada, postura pessoal, vestimenta, protocolos e formalidades, entre outros.
Desta maneira, os alunos podem vivenciar nas diversas fases do projeto, as variantes linguísticas, o uso coerente da norma culta-padrão e a necessidade de se adequar de acordo com as necessidade de comunicação, com as demandas sociais e as situações da vida diária de maneira contextualizada e significativa.


Por _Berdusco

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Prática da Língua Portuguesa no Ambiente Escolar


A prática da Língua Portuguesa no ambiente escolar deve ser contextualizada de acordo com o cotidiano do educando, com a inter-relação entre as demais áreas do conhecimento e nas diversas situações do convívio social.
Portanto, as práticas pedagógicas devem dar sentido ao que se aprende, ao que realmente se usa e como articular os conhecimentos adquiridos de acordo com as mais variadas situações da vida diária.
Não basta apenas tentar incansavelmente corrigir a fala do educando ou forçá-lo a utilizar a norma culta-padrão descaracterizando as variantes linguísticas, as peculiaridades culturais e os comportamentos das faixas etárias. Ou até mesmo restringir o ensino apenas a correção gramatical e ortográfica.
Para que o aluno transforme o aprendizado em conteúdo significativo e se familiarize com a norma culta-padrão, é fundamental que o mesmo encontre sentido, razão e utilidade para aquilo que está aprendendo naquele determinado momento.
Por isso é importante expor o aluno constantemente a situações práticas onde o uso da linguagem formal se faça necessário de maneira natural. Como por exemplo, nos seminários, apresentações, dramatizações, projetos interdisciplinares, registros, debates, exposições de ideias, entre muitas outras atividades que incentivam o aluno a se fazer entender e entender o outro — e para isso a variedade culta-padrão se torna evidente, significativa e contextualizada na vida escolar e nas demais relações sociais.

Por _Berdusco

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Surdo na família


É fundamental compreender a necessidade da comunicação entre a criança e a família, pois é no ambiente familiar que ocorre o primeiro contato social de todos os indivíduos sejam eles surdos ou ouvintes. Esta esfera que determina qual será o desenvolvimento geral da criança dentro da sociedade, isto é, a maneira como a criança se relaciona com seus entes se torna o reflexo de como ela se comportará com as pessoas de seu convívio externo.
Quando o surdo tem uma boa comunicação familiar certamente se sentirá como parte integrante e atuante naquele universo, o que não acontece quando existe a preocupação apenas em traduzir as necessidades básicas e transmitir informações do dia-a-dia, excluindo-o do convívio natural, das conversas informais, das atividades rotineiras — como acontece nas famílias que se recusam a aprender a língua de sinais, limitando-se a pequenos gestos e o mínimo de interação na troca de informações.
Para potencializar a comunicação natural entre a família e a criança surda também é preciso entender o desenvolvimento da linguagem. E para isso se torna necessário buscar o máximo de informações e orientações especializadas acerca da surdez. Procedimento que auxilia na compreensão sobre o aprendizado, o ensino, o comportamento familiar, a interação sócio-cultural e todos os processos que envolvem a vida do surdo, facilitando a escolha sobre as melhores maneiras de se comunicar e conviver de forma natural e harmoniosa. Esta atitude começa na aquisição da linguagem que permite à família utilizar as ferramentas disponíveis, seja os sinais, o oralismo, entre outros, para que a criança possa se desenvolver assim como qualquer outra de acordo com a faixa-etária correspondente.
O essencial é que a família aceite a situação que lhe é oferecida, que esteja sempre bem orientada, se sinta também inclusa no universo da surdez e que transforme a casa num ambiente favorável para o desenvolvimento global da criança e as suas próprias atitudes em modelo de superação e constante apoio.

Por _Berdusco

O currículo escolar é ou já foi neutro?


O currículo tradicional abordava questões intimamente ligadas ao trabalho, mão-de-obra qualificada e produção social e financeira. Todos os conteúdos selecionados deveriam atender ao mercado de trabalho e suas exigências, devido ao momento de intenso desenvolvimento econômico pelo qual a sociedade passava.
Observando-se o contexto histórico da época e os registros educacionais, podemos concluir que o currículo não era neutro. Isto é, não tinha como objetivo apenas o aprendizado dos saberes escolares, e sim a articulação de todas as competências e habilidades possíveis para atuar de forma efetiva no mundo do trabalho.
E falando em habilidades e competências, ambos são termos atualmente utilizados na seleção e aplicação dos conteúdos escolares. Desta maneira, o aluno é incentivado a inter-relacionar os conhecimentos adquiridos na escola com as situações práticas do dia-a-dia, assim como do futuro — formação acadêmica, mercado de trabalho e ascensão social.
Portanto, atualmente o currículo não é neutro. Como sempre aconteceu, ele não está relacionado apenas com a vida escolar, mas com todas as esferas da convivência humana.
O que diferencia a falta de neutralidade do passado com a dos tempos atuais é que agora não apenas a mão-de-obra trabalhista é priorizada, mas também o desenvolvimento global dos indivíduos, sua liberdade de pensamento numa visão crítica e autônoma de suas escolhas e sua intervenção no universo social, cultural e econômico.

Por _Berdusco

A escola e o conhecimento


A escola pode transformar informação em conhecimento através da contextualização dos conteúdos selecionados, da articulação entre os saberes das diversas áreas do conhecimento, do incentivo à produção cultural e aproximação da instituição escolar com as demais instâncias sociais.
            A contextualização dos conteúdos se relaciona com a atitude pedagógica de considerar a bagagem cultural do educando assim como seu contexto social, fazendo a transposição didática e a transferência dos conhecimentos escolares de maneira significativa para o cotidiano do aluno.
            A articulação dos saberes também é de suma importância, pois quando o educando não consegue relacionar os conhecimentos e usar de maneira inteligente o que aprendeu na resolução de problemas diversos, ele não compreende a utilidade de uma área ou outra, podendo desenvolver aversão ou dificuldade em disciplinas específicas devido a esse distanciamento.
            O incentivo à produção cultural e aproximação da instituição escolar faz com que o aprendizado do aluno ganhe visibilidade, sentido e verdadeiramente possa contribuir com o processo histórico-social que constitui o currículo escolar. O trabalho com a comunidade e a constante intervenção nos problemas do cotidiano torna a escola a instituição social majoritária e o que se aprende dentro dela, fator de transformação social e engrandecimento pessoal.

Por _Berdusco

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