segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Matemática: A Aprendizagem da Contagem e o Ensino Sobre Espaço e Forma




  • Afirmar que se a criança conhece a sequência numérica ela já sabe fazer a contagem é uma concepção incorreta.
    Pois apesar de o conhecimento da sequência numérica ser o primeiro passo para a aprendizagem efetiva da contagem, quando a criança ordena, faz nomeação ou a contagem oral recitando a sequência numérica não significa que ela se apropriou finalmente da mesma, isto é, esse processo se dá pela imitação do adulto — ato que deve ser estimulado, mas não considerado fim em si mesmo. Assim como ocorre na correspondência biunívoca e recíproca e na inclusão hierárquica de classes, onde conhecendo a sequência numérica, a criança indica um nome a cada elemento da coleção ou faz a separação de pares ou ainda conta os objetos acrescentando aos mesmos um subsequente na progressão n+1.
    Portanto, só quando a criança estabelecer uma síntese entre a contagem de elementos e a quantidade total representada, seja na forma oral ou escrita, isto é, compreender que cada elemento é independente na soma mas compõe a quantidade total — princípio da invariância numérica —, ela se apropriará da contagem de maneira efetiva.
    Já o trabalho envolvendo espaço e forma não deve limitar-se ao reconhecer e nomear as formas geométricas, pois apenas memorizar nomes e formatos não possibilita à criança a exploração de figuras planas e tridimensionais e principalmente não considera que a criança se encontra em um universo perceptivo e sensível, mas não representativo.
    Ou seja, assim como no ensino da contagem em matemática, a aprendizagem do conteúdo espaço e forma não deve partir da reprodução de imagens e reconhecimento das mesmas em diversas representações. Para que haja aprendizagem significativa, o estudo sobre espaço e forma deve estar atrelado à diversas situações do dia-a-dia, dando ao aluno autonomia, por exemplo, nas questões de localização e na consolidação das noções de direção, sentido, distância, ângulo, entre outras. E este processo só de dá de maneira efetiva, quando a criança relaciona o conhecimento geométrico de forma contextualizada e real, e não apenas mera repetição e reprodução de informações e imagens.

    Por _Berdusco

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Filme "A Lista de Schindler" — Resumo

          Durante a Segunda Guerra Mundial, no mês de setembro de 1939, em aproximadamente duas semanas, as forças alemãs derrotaram o exército polaco. Com a derrota, os judeus tinham ordem de relacionar todos os membros da família e mudar para as grandes cidades. Mais de dez mil judeus chegavam diariamente a Krakow.
          Como forma de organização e, certamente, de discriminação perante a sociedade alemã, os judeus passaram a ser reconhecidos através da estrela de Davi, símbolo que deveriam usar junto às vestes onde quer que fossem, do contrário, seriam executados imediatamente.
          O Conselho Judeu (Juderant) era composto por 24 judeus eleitos, responsáveis pelo cumprimento das ordens do regime em Krakow, como fazer listas de tarefas, alimento, moradia e registro de queixas diversas.
          O decreto 44/91 estabelecia um distrito judeu fechado ao sul do rio Vístula e o dia 20 de março de 1941 foi definido como prazo final para a entrada dos judeus no gueto. Com a obrigatoriedade de viver no gueto murado, todos os judeus de Krakow e adjacências foram forçados a sair de suas casas e viver espremidos em uma área de dezesseis quarterões.
          Oskar Schindler, membro do partido nazista, nasceu em Zwittow-Brinnlitz, na Checoslováquia, no ano de 1908. Era um homem agradável, um cidadão de negócios e possuía grande poder de persuasão. Em 1941, Schindler fundou a D.E.F., uma fábrica de panelas onde contratava judeus como operários. Sendo assim, não permitia que os nazistas executassem seus operários e com isso criou um forte vínculo com os judeus.
          No inverno de 1942, o gueto de Krakow havia se tornado uma 'cidade judia'. Onde os empregados civis e operários de indústria eram separados da população que representava a mão-de-obra excedente, como velhos e doentes. No mesmo ano se iniciou a construção do campo de concentração de Plaszow, para onde pretendiam transferir os judeus de Krakow.
           No dia 13 de março de 1943, os alemães invadiram o gueto de Krakow, executando os judeus que se negassem a abandonar o local, e transformaram Plaszow num campo de trabalhos forçados, onde construíram uma metalúrgica.
           Em abril de 1944, o Departamento D ordenou que Amon Goeth, um nazista insano e inescrupuloso, exumasse e incinerasse os corpos de mais de dez mil judeus mortos em Plaszow e no massacre do gueto de Krakow. Com isso, Schindler perdeu muitos de seus operários judeus e então decidiu fundar uma suposta fábrica de munições, onde fez uma lista de seus trabalhadores "essenciais", pagando por cada um deles. Schindler não teve nenhum lucro com este ato, pois na realidade queria salvar aquele povo da morte que seria inevitável se ele não subornasse os nazistas.
           Durante seus sete meses de funcionamento, a fábrica de munições Schindler's Brinnlitz foi um modelo de improdutividade. Ele gastou milhões de marcos para sustentar seus trabalhadores e subornar oficiais Reich. Após a guerra, Schindler viu seu casamento acabar, assim como presenciou a falência de vários negócios. Em 1958, foi declarado um Honorário pelo Conselho de Yad Vashen em Jerusalém, e convidado a plantar uma árvore na Avenida dos Justos, que ainda cresce no mesmo local.
           Amon Goeth foi preso quando estava num sanatório em Bad Tolz e foi enforcado em Krakow acusado de diversos crimes contra a humanidade.
           Mais de seis milhões de judeus foram assassinados durante o período nazista, e atualmente restam menos de quatro mil judeus vivos na Polônia. Entretanto, a expressão hebraica citada no filme "Do Talmud", que significa "aquele que salva uma vida, salva o mundo inteiro", exemplifica perfeitamente o ato de Schindler. Das 1.100 pessoas que salvou, hoje em dia restaram mais de seis mil descendentes.
           Oskar Schindler faleceu no ano de 1974, mas sua trajetória, sua coragem e amor pelo próximo nunca morrerá na memória daqueles que sofreram os horrores do nazismo.

Por _Berdusco (Texto encontrado no baú das memórias – escrito em 2007)

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Filme “Adeus, Lenin” — Resumo


           A trama se inicia em 1978, quando no dia 26 de agosto os alemães tornaram-se parte da elite mundial com a expedição espacial do astronauta Sigmund Jahn da Alemanha Oriental — o primeiro alemão no espaço.
            Em 1979, a Alemanha Oriental era uma pátria socialista e neste regime político vivia Cristiane Kerner, uma ativista do progresso social, empenhada em manter as bases do socialismo no país.
            A senhora Kerner tinha dois filhos, Ariane e Alexander, cujo pai, Robert, havia partido para o leste na Alemanha Ocidental, considerada opositora por ter inclinações democráticas e consequentemente capitalistas.
            No dia 7 de outubro de 1989 foi comemorado o aniversário de 40 anos da RDA (República Democrática Alemã). Apesar da comemoração, diversos manifestantes saíram às ruas em protesto e devido a essas e agitações, a senhora Kerner sofre um enfarto e fica em coma.
            Entre 1971 e 1989 a RDA foi dirigida por Erich Honeker. Mas após as revoluções populares, a queda do muro de Berlim e a separação das nações, Honeker renunciou o cargo de secretário geral do Partido da Unidade Socialista e à presidência do Conselho de Estado da RDA.
            No dia 9 de novembro de 1989, milhares de manifestantes derrubaram o muro de Berlim. E a partir daí ocorreram as primeiras eleições livres, a ascensão do capitalismo e a queda do proletariado.
            Após oito meses em coma, a senhora Kerner não imaginava que restaram apenas ruínas da república socialista que tanto lutara para preservar.
            Em junho de 1990, as fronteiras com a RDA já não tinham mais valor e a Alemanha Oriental não tinha mais chances de reunificação. Em julho de 1990, os supermercados da pátria socialista estavam vazios e a moeda nacional foi modificada para o marco ocidental, que valia duas vezes mais.
            Após recuperar-se do coma, a sra. Kerner mantinha um quadro instável de saúde e qualquer transtorno poderia ser fatal. Sendo assim, Alexander, seu filho, decidiu esconder todos os acontecimentos políticos ocorridos durante os oito meses em que ela esteve em coma. Pois se soubesse da queda do socialismo, certamente não sobreviveria.
            Para esconder a verdade, Alexander foi alem das possibilidades forjando uma realidade inexistente. Para isso isolou-a das notícias da imprensa, dos produtos comercializados de outras províncias e das pessoas que faziam parte da nova nação.
            Alex consegue contar sutilmente as novidades da política nacional à sua mãe, mas ela viveu pouco neste novo mundo capitalista, pois ela faleceu dias após saber das ‘meias verdades’.
            A Alemanha Oriental e Ocidental assinaram acordos e Moscou foi a mediadora da amizade entre as duas. E após a reunificação, restou apenas uma nação: a República Federal da Alemanha.
            Apesar de retratar a trajetória histórica da Alemanha, o filme trata do amor e suas diversas faces: amor de uma cidadã pelos direitos da sociedade e o futuro da nação e o amor de um filho que luta contra o sistema para preservar a vida da mãe.

Por _Berdusco (Texto encontrado no baú das memórias – escrito em 2007)

Filme “O Que é Isso Companheiro?” — Resumo


Em 1964, o governo democrático do Brasil é subvertido em uma ditadura militar. No ano de 1968, a junta militar que governava o país suspendeu todos os direitos civis e a liberdade de expressão, e as cadeias ficaram lotadas de presos políticos e as ruas de manifestantes.
Apesar da repressão, nunca deixou de haver oposição ao regime militar. Na linha de frente da revolta estavam os estudantes, que criavam movimentos estudantis a favor do retorno da democracia.
O filme destaca um grupo em especial, o Movimento Revolucionário Oito de Outubro, conhecido como MR-8. Este grupo marcou o início da luta armada, que se concentrou principalmente nas cidades, por isso ficou conhecida como guerrilha armada.
Os integrantes do MR-8 preservavam sua identidade utilizando nomes falsos. Assaltavam bancos com o objetivo de financiar a luta armada e garantir a sobrevivência dos militantes. Não tinham apoio popular, pois a ditadura militar fazia forte propaganda nos meios de comunicação, retratando-os como terroristas.
O isolamento de grupos como o MR-8 permitiu que aos poucos fossem liquidados pelos órgãos de repressão e o serviço de informação secreto, onde usavam a tortura como principal instrumento de humilhação e ameaça aos revolucionários.
            Ainda em 1969, o MR-8 intensificou sua luta seqüestrando Elbrick, embaixador dos Estados Unidos da América. Em troca, exigiram a libertação de quinze presos políticos e a publicação de um manifesto na imprensa e quebra de sigilo imposto pelo governo.
            Diante das circunstâncias, o governo acabou cedendo, mas baixou uma lei que estabelecia a pena de banimento dos revolucionários.
            No dia 7 de setembro de 1969, os quinze presos são libertados e deportados para a cidade do México, assim como os integrantes do MR-8, que após um mês foram deportados para a Argélia. Dentre os revoltos encontrava-se Fernando Gabeira e outros importantes cidadãos da política contemporânea.
            Seis meses após o seqüestro do embaixador, ele retornou aos EUA, sofreu um golpe e afastou-se do cargo. Faleceu em 1983.
            Em 1979, sob pressão da opinião pública, o governo militar brasileiro concedeu anistia à todos os envolvidos nos crimes políticos.
            Em 1989, vinte anos após o seqüestro do embaixador Elbrick, eleições livres são concedidas e a democracia volta ao Brasil.

Por _Berdusco (Texto encontrado no baú das memórias – escrito em 2007)

Filme “O Nome da Rosa” — Resumo


A história se passa na Itália no ano de 1327. Naquela época o cristianismo era a crença religiosa predominante e a vida na sociedade era determinada pelos ensinamentos e pela ação da Igreja Católica — a mais importante instituição social da Idade Média.
Os poucos livros cristãos que restavam eram conservados nas escassas bibliotecas das igrejas. Nelas os monges copistas encarregavam-se de reproduzir os livros à mão, dessa forma, os integrantes da igreja eram os únicos capazes de lidar com o saber escrito, geralmente transcrito em latim.
            Os monges e abades viviam em mosteiros ou monastérios, onde mantinham um regime de reclusão ou semi-reclusão, isto é, completamente destacados do mundo material. E por esse estilo de vida optou Adso de Melk, que acabara de ser nomeado noviço e aprendiz de William de Barkerville, um polêmico e respeitado monge da ordem dos beneditinos.
            Apesar de ter sido incumbido de acompanhar Adso em seu aprendizado, William viera ao mosteiro com o intuito de investigar a morte de Adelmo de Otranto, cuja causa era desconhecida. Contudo, Venâncio, um tradutor grego, e Berengar, bibliotecário assistente, morrem em seguida aparentemente pelo mesmo motivo que Adelmo.
             Através das investigações feitas no mosteiro, William e o noviço Adso descobrem que os monges morreram, pois tiveram acesso ao mesmo livro cujas páginas foram envenenadas para que aquele que o lesse não sobrevivesse para revelar os segredos ali contidos.
            O livro era da autoria de Aristóteles e abordava questões relacionadas aos dogmas e preceitos da fé, numa tentativa de dar forma à religião, ou seja, estabelecer fundamentos da teologia católica, combinando aspectos da filosofia greco-romana com os ensinamentos do cristianismo. Por esse motivo o livro era considerado uma grande heresia pelas autoridades da Igreja, pois ameaçava a consistência da autoridade da mesma, assim como o temor constante dos fiéis.
À serviço de Deus, os membros do clero cumpriam um rigoroso regime de obediência e disciplina. E para manter-se soberana nos assuntos espirituais, a Igreja criou a Inquisição, onde aqueles que questionavam as práticas instituídas pelos dogmas e que interpretavam os ensinamentos cristãos diferentemente da maneira como ela pregava, passavam a ser chamados de hereges, cujas punições variavam entre penitências, apedrejamentos ou até mesmo morte na fogueira.
Entre os condenados à fogueira estava Salvatore, um corcunda que pertencia à ordem dos dolcinites, que defendiam a probreza de Cristo e matavam aqueles que acumulavam riquezas. Assim como Remigio de Varagine, que pertenceu à mesma ordem e também foi acusado de herege e morto na fogueira.
            Assim que a delegação papal tomou conhecimento das mortes que ocorreram no mosteiro, enviaram Bernardo Gui, um abade pioneiro da Inquisição, para encontrar e condenar os culpados.
            Toda a trama é narrada por Adso, que conta sobre um caso amoroso que teve com uma pobre jovem cujo nome desconhecia, assim como todos os acontecimentos, segredos e pecados que presenciou naquele mosteiro que também não quis revelar o nome, apenas a certeza do que vira e experimentara naqueles dias.

           
Por _Berdusco (Texto encontrado no baú das memórias – escrito em 2007)

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